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novembro 14, 2015

CABO VERDE, mas CABO-VERDIANO... Porquê?

Um hífen maroto no Jornal das 8 da TVI do dia 12/11/15...

Apesar da simplificação (insuficiente) e sistematização das regras introduzidas pelo AO90, a hifenização não dececiona todos aqueles que gostam de emoções no momento de decidir se colocam aquele pequeno tracinho, o verdadeiro mafarrico da língua portuguesa.
As razões por que escrevemos CABO VERDE sem hífen e CABO-VERDIANO com estão nas regras em vigor há cerca de 70 anos e que o AO90 não alterou.
EXPLICAÇÃO:
CABO VERDE
(sem hífen)
Só há hífen nos topónimos (nomes de lugares) compostos iniciados por grã, grão, forma verbal ou ligados por artigo: Grã-Bretanha, Grão-Pará; Abre-Campo; Mira-Sintra; Montemor-o-Novo, Proença-a-Nova, Trás-os-Montes.
Exceções: Guiné-Bissau e Timor-Leste.
CABO-VERDIANO
(com hífen)
Há hífen em todos os compostos derivados de topónimos: são-tomense, vila-relense, vila-condense, rio-grandense-do-sul.
Nota: Esta é uma regra altamente rentável, pois não há exceções. Poderá acontecer nalguns casos (poucos) coexistir com a forma hifenizada uma grafia aglutinada.
Exemplos: S. Tomé e Príncipe (são-tomense e santomense) e o caso mais interessante é o da designação dos habitantes de São João da Madeira (no norte de Portugal): duas grafias hifenizadas (são-joanense e são-joanino) e duas aglutinadas (sanjoanino e sanjoanense). O Portal da Língua Portuguesa regista também sã-joanense e sã-joanino.

Abraço.

ProfAP

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